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Coca-Cola (Andy Warhol) |
A palavra moda, de um modo generalizado, reporta-se àquilo que cai no gosto das pessoas; algo que se populariza com facilidade, seja no modo de vestir, falar, pensar, comer, ouvir etc. Poderíamos agregar, também, o sentido de banalização. Todo mundo usa! Despreocupada com a assimetria monetária, a moda tem o poder de uniformizar e nivelar as classes sociais. Padronizar as pessoas... Não com a mesma obrigatoriedade, claro, que têm os labutadores de cada dia com o uso das veneráveis fardas – há casos que elas chegam a substituir as CI: carteiras de identidade... resquícios da era Vargas. Sem o seu trabalho o homem não tem honra? Moda ideológica que perdura até hoje... Quantos estão à margem desta tendência?
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GOOGLE IMAGENS |
(In)Conscientemente, somos hipnotizados por certas tendências, ditadas para cada momento. Dessa forma, “Penso, logo uso; logo visto; logo como; logo falo” – logo não penso. Caso contrário, “não existo”. Me dizes o que usas e te direi quem és – Pense... Concebemos estas tendências irrefletidamente e, chegamos ao ponto de cristalizá-las como testemunhas da história. Denunciarei, quiçá, minha época, tempo, como se diz, pelo uso de uma simples expressão: Ta jóia!!!! Porque, estar na moda é plagiar o que está em voga. Surgem, então, os famigerados clichês: “Sou brasileiro e não desisto nunca”. De quê? A bola da vez agora é ter consciência sustentável; nem que seja só para sustentar o discurso. Daí, muitos se vestem do que não lhes fica bem... Sempre imitando alheios. Atitudes degradantes.
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GOOGLE IMAGENS |
Em se tratando de moda, gosto não se discute? Decerto! Pode até não ser do meu gosto, todavia o dever me chama e não posso recear... Sou um barquinho de papel na enxurrada da moda. Deságuo, divago; dividido, endividado... Mas, por cima da moda... Mesmo estando submerso. A moda pode até ser subjetiva, contudo, desde Cabral, objetiva vestir. Quem não usa está despido, conquanto esteja vestido de si. Não percebemos a possibilidade de uma intersubjetividade: posso selecionar, optar e criar a minha tendência a partir do que me é imposto, com tanto imposto. Claro, às vezes, esta atitude custará caro. Ser anacrônico não é nada fácil. Serviremos de palhaço em certas ocasiões, noutras cobertos de excentricidade – heterogêneos, herméticos –, por não sermos mais um na multidão. Ou, só para contrariar, receberemos o ilusório rótulo: 100% ORIGINAL. Como, se somos simulacros: xerox da xerox? É, até para ter estilo é preciso autoplagiar-se...