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Se pararmos para pensar, vivemos hoje uma reviravolta nas convenções que nossos ascendentes outrora nomearam de valores. Lembro perfeitamente de muitos ditos populares que minha mãe, sobejamente, em momentos oportunos, fazia questão de enunciá-los, e citar a fonte, com o afã de nos preparar para fora: EDUCAR...
Alguns àquela época passavam batidos. Um deles, só entendi depois que tive a graça de ser pai. Mamãe usava-o nos momentos difíceis, talvez para buscar forças, como o espinafre do Popeye: – Minha vó sempre dizia: Quem tem filhos tem cadilhos, quem não os tem, cadilhos tem. Se os senhores não entenderam, eu também bati cabeça para tal...
Dançar de acordo com a música... foi outro ensinamento importante para exercitar a paciência. Na sociedade do automático, este valor foi ejetado. Somos extremamente imediatistas, preferimos os links (que nos fazem desviar o caminho) e a sensação de rapidez. Queremos somente clicar e pronto. Caso contrário: EXPLOSÃO! Não encaro estas pérolas como fruto do determinismo, conformismo, imposições de outrem. Mas como filosofia popular; um verdadeiro elixir para a vida em sociedade. Elas me veem à cabeça, nos momentos necessários, como oração da humildade... Então, vejo que não posso abarcar o mundo com as pernas. Portanto não sou dono do mundo... Querer, não é poder.
Outro dia vivenciei uma situação que me fez resgatar um desses tesouros dos antigos. Uma senhora necessitada, como todos somos de algo, bateu na minha porta para pedir ajuda. No início eu atendia aos pedidos, mesmo sem receber um simples obrigado em troca. Depois de um tempo os pedidos se transformaram em ordens. Sentia-me obrigado a ajudá-la..., a atender o que ela exigia, porém ao mesmo tempo percebi a imposição exterior. Quando eu não podia atender os “requerimentos” na totalidade, ela simplesmente desdenhava da oferta. A situação tornou-se o avesso da caridade. Fui obrigado, também, a colocar um ponto final na história. Pois o movimento não vinha do coração, penso que do fígado.
Dançar de acordo com a música... foi outro ensinamento importante para exercitar a paciência. Na sociedade do automático, este valor foi ejetado. Somos extremamente imediatistas, preferimos os links (que nos fazem desviar o caminho) e a sensação de rapidez. Queremos somente clicar e pronto. Caso contrário: EXPLOSÃO! Não encaro estas pérolas como fruto do determinismo, conformismo, imposições de outrem. Mas como filosofia popular; um verdadeiro elixir para a vida em sociedade. Elas me veem à cabeça, nos momentos necessários, como oração da humildade... Então, vejo que não posso abarcar o mundo com as pernas. Portanto não sou dono do mundo... Querer, não é poder.
Outro dia vivenciei uma situação que me fez resgatar um desses tesouros dos antigos. Uma senhora necessitada, como todos somos de algo, bateu na minha porta para pedir ajuda. No início eu atendia aos pedidos, mesmo sem receber um simples obrigado em troca. Depois de um tempo os pedidos se transformaram em ordens. Sentia-me obrigado a ajudá-la..., a atender o que ela exigia, porém ao mesmo tempo percebi a imposição exterior. Quando eu não podia atender os “requerimentos” na totalidade, ela simplesmente desdenhava da oferta. A situação tornou-se o avesso da caridade. Fui obrigado, também, a colocar um ponto final na história. Pois o movimento não vinha do coração, penso que do fígado.
Refletindo o fato, fiz o download de um arquivo do HD da memória: Cavalo dado não se olha os dentes... É, percebi que a máxima que me levou a exercitar a gratidão, desde cedo, a receber de coração a boa vontade das pessoas, pelo mais simples gesto, sem nunca exigir nada, havia sido redimensionada... Em crise, cheguei até a pensar que os dentes do cavalo dado deveriam ser olhados, questionados, recusados... Que absurdo. Abuso de necessidade!!!
Pena que esses valores foram metamorfoseados na sociedade do descartável. Vivemos hoje o lado negatividade do niilismo no âmbito da ética e da moral, morte dos valores ensinados e petrificados pelos sábios que nos precederam (tataravós, bisavós, avós). Agora, tudo é permitido... Quem disse que a mentira ainda tem pernas curtas? Hoje, ela vale mais que a verdade. Somos assaltados em nossas casas, nas esquinas da vida, pelo discurso da necessidade falsa, do “coitadismo” (falta de vergonha seria melhor...). Geralmente, não doamos de coração, a caridade nos é arrancado do bolso. Temos medo dos castigos do deus forjado pelos pedintes, por isso ficamos com as mãos para o alto...