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terça-feira, 18 de agosto de 2009

CAPANEMA DE TODOS OS SONS: BANDA DDT



Tem pianista clássico? Tem. Tem tenores e sopranos? Tem. Tem “voz e violão”? Tem. Tem a melhor banda fanfarra do Brasil? Tem. Tem grupo de “metal e Sax”? Tem. Tem o “pai do Techno-Brega”? Tem. Tem o lirismo das serestas? Tem. Tem lamento Sertanejo? Tem. Tem “forrozeiros”? Tem. Tem “som do barzinho”? Tem. Tem banda de “Pau e Corda”? Tem. Tem “Rock and Roll”? Claro que tem... Com a BANDA DDT, num estilo como ninguém...


É isso, da música erudita à música popular Capanema tem. No entanto, queremos evidenciar, sobretudo, o talento idiossincrático, o “Rock and Roll” da BANDA DDT – DESTRUIDORES DE TÓQUIO, produzido no "Mato Azarado". Pelo nome inusitado, batismo recebido de um amigo da banda, o poeta Lin-cão (lincol leandro), já dá para perceber a irreverência e a personalidade deste grupo, constituído pelos amigos Alex Lima (baixo e voz), Nazo Glins (guitarra e voz) e Messias Lima (bateria), que exporta talento Brasil a fora. Nazo Glins, compositor, vocalista e diretor da banda, ratifica e diz: “(...) no mundo globalizado originalidade é tudo. Tentamos vários nomes, mas todos já tinham, no mínimo, duas bandas usando (...). Então, o Lin-cão apareceu com essa extravagância em forma de nome, tirado de um ‘RPG’ japonês. Jogamos no ‘Google’ e não deu outro; até hoje somos os únicos com a coragem de usar um nome tão absurdo como este. No começo até nós estranhávamos, mas hoje virou nossa marca.”
Os DESTRUIDORES DE TÓQUIO, na verdade pretendem destruir o marasmo do célebre “Mato Azarado”, Capanema, onde moram e ensaiam, desde o inicio do grupo. A estréia no ano de 2002, claro que nada convencional, foi num barzinho gay, próximo ao cemitério da cidade, em um dia de finados. Depois, com equipamentos sucateados, a banda pegou estrada rumo a outros interiores, influenciados por Stooges, Kinks e Altemar Dutra, apresentando-se nos mais sórdidos palcos: “puteiros, botecos, inferninhos e festas de Halloween fuleiras...” Então, com muita experiência, os DESTRUIDORES partiram com destino a grande metrópole do norte do país, a capital da Amazônia. Belém foi demolida pela BANDA DDT...

Na era da tecnologia da informação e comunicação podemos dar uma volta ao mundo sem sair de casa e, a BANDA DDT, que tem vários trabalhos na bagagem (“A Celebração da Autodestruição” – 2006 (Cd demo independente); “Música para suicídio” – 2007(independente distribuído pela “Ná Music”)) soube aproveitar muito bem isso. No segundo álbum, após postar em um site de vídeos, “YOUTUBE”, trabalhos da banda, veio a surpresa e o reconhecimento a nível estadual; um dos trabalhos foi contemplado e ficou entre os dez melhores vídeos paraenses na mostra “Curta Pará” (Prêmio “Na Figueiredo” ao vídeo-clipe paraense, 2007 e 2008). A partir daí surgiram as oportunidades. A excentricidade do rock da “terra do cimento”, uma compilação de punk com pop rock, caiu no gosto nacional.


À luz de grandes nomes no gênero: Velvet Underground, Neutral Milk Hotel e Arnaldo Baptista, o Grupo deu uma maneirada no som, adquiriu equipamentos de qualidade e descolou melhores apresentações. Foi por duas vezes consecutivas finalista do festival “CCAA Fest”, tendo assim suas músicas na coletânea do evento; tocou no festival “Memorial do Rock”, promovido pela TV Cultura do Pará; produziu e organizou a primeira e segunda edições do festival “Nada de Cover” (2007 e 2008). Tudo isso, sem, evidentemente, perder a veia “lo-fi” (produção caseira) e nem abrir mão dos temas preferidos de suas letras: “Sadomasoquismo e outras perversões sexuais, violência doméstica e estado de consciência quimicamente alterada. (...) bebemos na fonte dos ‘malditos’, artistas e bandas que nunca fizeram muito sucesso, mas que marcaram a história, como: Sérgio Sampaio, The Zombies, Ronnie Von (fase maldita), Lou Reed, Igg Pop e outros. Para fazermos música como naquela época (60 e 70) adquirimos equipamento ‘vintage’ (instrumentos clássicos e antigos); equipamentos novos, porém fabricados como antigamente, seguindo todas as especificações técnicas da época. Minha guitarra é um modelo de 1956, uma reedição que atualmente está fora de linha; o baixo do Alex é um modelo de 1969, tudo isso para conseguir um som original e atlético.”, esclarece Nazo Glins.

Com a proposta de devolver ao rock o seu espaço na história, os DESTRUIDORES não querem chocar, afrontar e/ou derrubar tradições. Eles adotaram uma postura meio “neodadaísta-niilista-expressionista”, de não falar de políticas públicas, religião, luta de classes e nem divulgar a opinião deles, concernente a esses assuntos. Portanto, visam o rock como arte, poesia, lirismo, música de protesto, comungando, assim, com grandes nomes: Bob Dylan, Joan Baez, Secos e Molhados. A voz da banda: “É só música...”. Recentemente a DDT foi uma das dez selecionadas pelo site “Trama Virtual” no concurso “Peligro/Trama” e, uma das cinco bandas escolhidas pelos internautas para tocar no “Milo Garage” em São Paulo, na festa da “Peligro”; também, foi destaque no festival “Se Rasgum” (o mais importante evento de rock do Norte do País).


A BANDA DDT agora se prepara para divulgar seu novo álbum, intitulado “O Avesso e o Avesso”: uma obra completa que flerta com o Romantismo e o Simbolismo, com o cinema de vanguarda europeia, com o Expressionismo alemão, com o samba canção e com a poesia marginal; o primeiro por um selo, o “Ná Records”, que já lançou grandes nomes da cena independente. Assim, aludindo a outro projeto, também capanemense, “Santo de casa não faz milagre, faz arte...”, que visa apresentar o artista à sua terra natal, o “Mato Azarado”, a “VITRINA CULTURAL” teve a honra de apresentar para o capanemense “ver e ouvir”: BANDA DDT – DESTRUIDORES DE TÓQUIO. A “lendária terra do cimento”, Capanema, nunca mais será a mesma, eles irão “lapidar” o concreto grotesco e frio e, transformá-lo em arte... “[N]Esse tal de Roque Enrow! / Um planeta, um deserto / Uma bomba que estourou / Ele! Quem é ele? / Isso ninguém nunca falou! / Ôh! Ran!...”


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