Pesquisar este blog

quinta-feira, 21 de julho de 2011

FEITO PIPA...

Meninos soltando pipas, 1948 (PORTINARI, Cândido)
Céu de anil, límpido, poucas nuvens ousam despontar e ocultar este tempo de luz intensa que reaviva e dá cores à paisagem, retarda a boca da noite. Cenário perfeito para ela voar soberana ao vento da mais sincera irresponsabilidade..., na mais irracional liberdade. Liberdade de imaginário pueril. É esta sensação inocente que atrai, muito mais que o colorido da pipa em contraste com os nuances de azul da imensidão do infinito. Liberdade nacarada no infinito azul da paisagem furta-cor: a pipa voando no céu... O céu azul como aquilo que nos envolve sem prender, todavia sempre nos faz transcender...


Pipas, 1941  (PORTINARI, Cândido)

Essa louca sensação se desfaz quando deixamos de olhar para o alto e, xinamos nos limites do finito, do aqui embaixo. Percebemos, então, que ela está por um fio. Um fio que o firmamento esconde como esconde o véu formado pelas gotas da chuva de verão, percebido somente a poucos metros do chão. Liberdade por um fio, que de tão indefeso e manipulador precisa ser passado num pó cortante misturado a uma espécie de grude. É o fio com cerol que dilacera e nos ajuda a sentir a sensação de liberdade segura. Pois ela pode ser perturbada, cortada, pela liberdade de outrem.
    
Meninos Soltando pipas, 1947  (PORTINARI, Cândido)
Daí, tornar-se-á liberdade desacorrentada em queda quase livre. Pois, mesmo antes de cair é tão desejada, cobiçada, que às vezes nem chega a cair. Logo, desprendida pode enroscar-se ao fio de outra liberdade, num emaranhado arado ou, pelo contrário, ao cair por terra, deve acorrentar-se às mãos de um novo destino, que forja uma nova sensação inocente ou, livremente, ressuscita àquela vetada pela indefinição de um tempo de arrebol, pela noite que subsume o colorido e a torna, se insistente, cruenta liberdade... impregnada de reveses.


Meninos soltando pipas, 1947  (PORTINARI, Cândido) 
Minha liberdade nunca mais sentiu o prazer de um dia de sol, que faz irromper todas as cores na seda e esconde o fio do existir... Não me permitiu mais olhar para o alto e sentir o infinito que me fazia transcender, flanar, xinar leve nos braços da paz azul... Não tenho mais aquela estrutura leve com pele de seda ao vento. Ela está amarada a um fio inquebrável, mesmo contra a lei que quer torná-la livre liberdade vulnerável. O fio que antes eu descaia sem desprender e sumia na imensidão do meu devaneio de luz, não me permite nenhum voo. Nem ensinar a brincar de liberdade eu sei... Careço do céu de Brodowski, cheio da liberdade dos meninos de Portinari.


(Hadson de Sousa)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

CAPANEMA NO PÓDIO DA DANÇA


Nosso “Mato Azarado” está com sorte na dança... No início deste mês de julho, recebemos mais cinco premiações em um grande festival de nível internacional na capital do estado do Ceará, Fortaleza. Desta vez fomos ovacionados em um dos palcos mais importante do Brasil: Teatro José de Alencar. Sob o julgamento criterioso de grandes estrelas da dança, renomadas internacionalmente: Gisela Vaz (Goiás), Mariza Estrella (Rio de Janeiro), Wanderley Lopes (Paraná) e Guivalde Almeida (São Paulo).

A Academia de Dança Chiara Rêgo aumentou a prateleira da estante para ornar com mais cinco troféus: 2º lugar na categoria balé clássico livre infantil (não houve 1º lugar) – coreografia “Baile da Corte”; único grupo classificado em estilo livre infantil – coreografia “Capubalé”; único grupo classificado na categoria jazz juvenil – coreografia “Gangsters”; único grupo classificado na categoria balé clássico livre juvenil – coreografia “Nevasca”; único grupo classificado na categoria dança do ventre (solo adulto) – coreografia “Princesa Isis” (interpretada pela Prof.ª Chiara Rêgo). 

“Fiquei surpresa com os prêmios, pois o FENDAFOR é de um nível de dança muito elevado. Todavia, eles servem de bálsamo para o nosso trabalho, de gratificação aos nossos alunos, pais, mães e todos que nos acompanharam e sempre nos dão muito incentivo e apoio. Em especial para o município de Capanema, sempre muito bem representado pela arte da dança, em todos os festivais que participamos, mesmo sem o incentivo de políticas públicas que se equiparem ao nosso potencial artístico. Fico feliz quando as pessoas nos parabenizam pelo trabalho e perguntam de onde somos. Sinto prazer ao falar da nossa Capanema.”, declara a coreógrafa Chiara Rêgo emocionada com as conquistas da Academia.

Além desses troféus, a professora Chiara recebeu muitas congratulações, pelo trabalho da Academia “Chiara Rêgo”, de um importante nome da dança clássica no mundo, a professora Maria Clara (Belo Horizonte) – Maitre da Royal Academy of Dance no Brasil há 35 anos, jurada em vários concursos internacionais (Havana (Cuba) e Moscou (Rússia)) – e considera muito mais importante que os troféus: “Ser reconhecida e vista por esta gigante da dança, é realmente o melhor prêmio”, confessa.


Bailarina Chiara Rêgo premiada no FENDAFOR, na categoria Dança do Ventre.

Bailarinas da coreografia “Baile da corte”, premiada no FENDAFOR:
Juliana, Lohana, Lanna, Jannyele, Letícia, Fabiane, Lívia e Noélia.


Bailarinas da coreografia “Nevasca”, premiada no FENDAFOR:
Maria Karoline, Mariana Brito, Lanna Zaynara e Tainá Alencar.

Bailarinas e capoeiristas (AISSERIS) da coreografia “Capubalé”, premiada no FENDAFOR:
Willian, Noélia, Lanna, Pétrick, Jannyele, Diogo, Victor, Lohana, Nilton e Luana.

Bailarinas(os) da coreografia “Gangsters ”, premiada no FENDAFOR:
Hadson de Sousa, Maria Karoline, Tainá Alencar, Chiara Rêgo, Lanna Zaynara,
Jannyelle Damasceno, Alan Jhonatan e. Luana Thelly.