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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

“FACES DA ALEGRIA”: 19º FESTIVAL DE DANÇA ACADEMIA "CHIARA RÊGO"


No senso comum, a ALEGRIA é sempre um momento de explosão, exteriorização desse sentimento... Se pensarmos numa representação pictórica para esse evento, sem dúvida, construiremos de imediato uma escala policromática. Nesse âmbito ser ALEGRE é ser multicolor. De fato, o que fica negritado nesta concepção é apenas uma das “FACES DA ALEGRIA”. Aquela que ofusca as outras FACES dessa moeda... Se ao invés meditássemos: O que nos dá o parâmetro, a medida, da ALEGRIA? Que especificidades são necessárias para ser ALEGRE? As que são deixadas de lado não seriam o termômetro que nos daria a noção deste sentimento?... Estamos diante do mesmo jogo das dicotomias: luz e escuridão, som e silêncio e tantas outras que algumas culturas tentam ejetar das nossas mentes... Afinal, quase tudo na vida é assim: um grande paradoxo... Ninguém é verdadeiramente ALEGRE se ainda não sentiu “na pele” o que é tristeza...


ENCANTO

Essa foi uma das preocupações da bailarina e coreografa Chiara Rêgo ao transpor para o palco as variadas “FACES DA ALEGRIA” – XIX Festival de Dança desta escola que continua a fazer história no nosso município; realizado no auditório do colégio São Pio X no dia 18 de dezembro de 2011. Para comemorar um ano de grandes realizações, conquistas e premiações no universo da dança, a Academia “chiara Rêgo” realizou, mais uma vez, um belo espetáculo. Aproximadamente duas horas e meia de muita dança, luz e cores. Vinte e duas coreografias executadas por mais de cem bailarinos(as) (este ano a escola “Dance & Cia” de castanhal fez uma participação especial). Isso tudo, numa ousada e desafiadora tradução de um dos sentimentos mais cobiçados na contemporaneidade. E como declara a idealizadora da montagem “FACES DA ALEGRIA”, no poema que abriu o espetáculo: “Alegria é profundeza de espírito, é paz, emoção”.

CUMPLICIDADE
 Além do renome no cenário da dança, dos louros obtidos em mais de vinte anos de trabalho e dezenove de festival, a alegria maior da Academia “Chiara Rêgo” é de ter formado, durante todos esses anos, um público fiel e apreciador da arte da dança... A professora Chiara ao agradecer a todos que realizam o Festival menciona: os pais, mães, responsáveis, bailarinos e bailarinas que deram vida às coreografias, patrocinadores e todos que apoiam o evento... Enfim, abre espaço e faz um agradecimento especial ao público: “Afinal eles são importantes mantenedores deste trabalho no nosso município”, declara com ALEGRIA.

JESUS ALEGRIA DOS HOMENS

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ECLIPSE

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DANÇA DO VENTRE

FORÇA DO HIP-HOP

domingo, 8 de janeiro de 2012

“PODEM SOLTAR FOGUETES”: A FESTA DA CONTRACULTURA...

GOOGLE IMAGENS

Nesta última quarta-feira, fui surpreendido, pela manhã, com barulhos de foguetes, que irrompiam o silêncio da Alameda Mário kauate, Alameda dos opostos, onde moro... Os estouros vinham dos arredores; algum lugar próximo, pela intensidade do som. No fundo ouvia-se, também, uma voz, bastante tímida, que pelo ritmo, narrava uma lista. Sem saber o motivo da comemoração, fiz algumas deduções. A primeira que me veio à cabeça: "Estão fazendo algum protesto na Av. Barão de Capanema, palco principal da cidade... Algo nada dejavu no nosso 'Mato Azarado'". Como de costume, saí para resolver algumas coisas. Ir à UFPA era um dos itens do itinerário. Ao me aproximar do Campus I da UFPA, a surpresa...

O perímetro em frente ao Campus estava interditado, por uma causa bastante justa. Alunos da histórica Escola Maria Amélia de Vasconcelos reunidos comemoram a aprovação no vestibular da UFPA... E não eram poucos. Uma festa completa, um verdadeiro entrudo: trio elétrico, fogos, ovos, trigo e muita animação. E a todo o momento, mais pessoas agregavam-se à comemoração... Quando participamos ou acompanhamos o árduo processo para entrar numa universidade pública, sabemos o quanto é emocionante e gratificante ser aprovado. Daí sempre é motivo de fazer festa...


GOOGLE IMAGENS

Quem já passou por isso enquanto estudante sabe... A festa dos outros é sempre motivo para rememorarmos a nossa festa, a emoção daquele momento. Contudo diante daquela Festa, além dessas sensações, a minha emoção maior era de vislumbrar a “Festa da Contracultura”... A Festa daqueles que são previamente subjugados a não ter acesso ao nível superior, que carregam consigo um prognóstico histórico de que são atrasados nos estudos e tampouco conseguirão concorrer à uma vaga (tão importante e vital), pois são abortados pelo discurso da “elite intelectual”... Minha adesão maior à essa festa era por esse motivo. Comemorei a reação à essa cultura...

Trabalhei um curto período na escola público, em cinco municípios do nordeste paraense, dentre eles o “Mato Azarado”, e não conseguia entender a falta de perspectiva dos alunos do Ensino Médio, quanto ao ingresso num curso de nível superior. Pra eles era algo inacessível... Sempre que eu roubava um pouco do tempo das aulas para falar de vida, momento que considero de suma importância, aproveitava e sondava os porquês daquela concepção tão entranhada no discurso deles.

Em uníssono eles diziam: “Nosso estudo é atrasado... O ensino público é atrasado...”. É um discurso histórico e que ejeta qualquer possibilidade de memória de futuro; não só a do vestibular. Ao que eu revidava: “Como atrasado? Vocês não têm professores? Os professores de vocês não têm qualificação de nível superior? O que atesta a incompetência de vocês?”. Nunca aceitei nenhuma justificativa. Meu discurso era/é contra essa cultura. Aproveitei a Festa e joguei ovo e trigo, não nos alunos, mas na cultura da exclusão, do descaso, da indiferença...

 
(Hadson de Sousa)