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sexta-feira, 6 de maio de 2011

MÃES: SERES EXTRATERRENOS...

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É... gerar, dar a luz a outro ser, realmente não deveria ser tão simples assim... Mas tornou-se algo comum... Em especial as gestações indesejadas... Sobretudo, refiro-me àquelas em que crianças geram crianças. E depois, quem é que fica com a imagem de mãe, nestes casos? Como discuti em outro texto, a dona ciência já fez sua parte em exaltar, classificar, estes seres que geram de SEXO FORTE. Por outro lado, este feito as torna seres comuns... Daí, independente da capacidade de gerar, elas podem ou não receber o título de MÃE... Porque, apenas parir virou uma ato banal. Tanto que muitas mulheres parem e jogo seus filhos no lixão, em terrenos baldios, os deixam nas esquinas da vida... Ou procuram outra forma de dar cabo daquele ser Estranho que, talvez, as ensinasse a AMAR... E não é tão simples assim... Uma vida talvez seja pouco.


Hoje, com a transmutação de tudo, há inúmeras maneiras de gerar/ter um filho; por inseminação artificial, adoção e outras mais. Independentemente disso, numa gravidez, num processo de reprodução artificial e/ou na adoção no mínimo três seres são gerados. Primeiro um bebê, caso contrário não poderíamos considerar uma reprodução desta natureza; segundo um pai; e terceiro uma MÃE... Nestes últimos é que residem alguns problemas. O momento mais complicado do parto, ou de outro processo como este, é parir um pai, uma MÃE.

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Certa vez uma amiga, que apesar de ter dois filhos adolescentes, disse-me que “buscava” ser MÃE – com tudo que esse título implica. Fiquei pensativo, confuso, com tamanha clarividência... Quando nasceu meu primeiro filho, eu e minha esposa encontramos com este SER EXTRATERRESTRE, não por acaso, e ela com plena sapiciência nos deixou, novamente, uma grande reflexão... Relatou com muita suavidade que o processo que estávamos vivenciando era uma experiência dual, paradoxal, nada telúrica. Um ser Estranho, que não conhecíamos, entra em nossas vidas e nos ensina a amá-lo, quando estamos dispostos... Ela, em tom de brincadeira, todavia falando sério, nos furou: Não me digam que já o amam verdadeiramente, porque isso é papo furado...  

MÃE do Perpétuo Socorro
Fiquei letárgico por alguns instantes... Pensei: Toda aquela preparação para receber este ser Estranho, arrumar o quartinho, comprar os objetos necessários etc. etc. etc. não é nada diante do exercício diário que teremos que praticar para sermos considerados pais, mães: PÃES. Naquele momento extraordinário pensei, também, na minha AMADA MÃE, Maria do Socorro, que assim como tantas Marias, acolheu/atendeu o clamor, o socorro, de quatro Estranhos, dedicou sua vida e aprendeu a amá-los, incondicionalmente. Por isso AMADA MÃE...


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Decidiu ser um EXTRATERRESTRE, pois se dispôs a parir todo santo dia. A exercer a tarefa árdua de NASCER, AMAR, SOFRER e MORRER com e por seus filhos. A ultrapassar a finitude de seu corpo frágil – feito de pó – que, apesar de comportar um sexo forte, necessita buscar forças etéreas para ser esta MÃETRIZ, disposição que transcende o corte umbilical. Ponto de chegada, de partida e de eterno retorno. Tudo isso demanda, realmente, um agir moral incomum. Atitude ética originária... A ciência consegue brincar de deus e criar filhos in vitro, porém está longe de reproduzir MÃES de proveta. MÃE não é uma questão de decisão: “querer ou não querer?”. Mas ação e doação diária para constituição do SER.

(Hadson de Sousa

4 comentários:

  1. Adorei seu texto! De fato, mãe é uma questão de "doação diária para constituição do SER". Ser mãe não é fruto unicamente de uma escolha, mas da aceitação do e doação para o que vem depois que houve a decisão.

    Se puder, confere meu post sobre as Mães...
    http://opassaronasentrelinhas.blogspot.com/2011/05/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x_07.html

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  2. Em um mundo conturbado como o nosso, ser mãe, ser pai, é realmente uma temeridade.
    Nós seres humanos, não temos mais um presente sedutor, não temos um futuro confiável... o planeta está em colapso... a violência, a insegurança, a corrupção, a marginalidade nos espreitam de todos os lados. Somos apenas, nesse jogo, seres vulneráveis à mercê da barbárie...
    Mas ser mãe não tem nada a ver com isso tudo. É uma decisão pessoal que implica, igualmente, responsabilidades individuais. São os nossos sonhos, as nossas fantasias, os nossos ideais, os nossos desejos que estão em cena...
    Não tenho mais a minha mãe.
    Em oposição a meu pai, ser autoritário e irredutivelmente dono da verdade, ela era conciliadora, pacificadora, de uma bondade extrema... foi um ser admirável.
    Parabéns pelo seu belo texto.
    Você escreve bem.
    Seus argumentos são bem sedimentados, com a clareza que lhe é peculiar.
    Abraços...
    Com carinho,
    Joel Cardoso

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  3. Meu amigo Pãe(e dos muito bons)...
    Costumo refletir na grandeza da mãenifestação divina quando me presentou com a mãeternidade e da forma como me agraciou, mostrando e provando o quão bem aventurada eu seria e quanta ventura e aventuras viriam... Elas, as crias, vieram sem mãenuais... Ele, o Pai, sabia que não precisava... sabia o que estava fazendo e acreditou. E... se Ele acreditou, poderia eu fazer algo mais senão "me achar"? Belo, seu texto. Abraços.

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  4. maravilhoso!!!!Vc tem o dom da palavra.

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