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quinta-feira, 29 de abril de 2010

“O REINADO DE MIRA MIRAIS”


Para comemorar e homenagear o dia internacional da dança, uma das expressões artísticas mais antigas da humanidade, a coluna “Vitrina Cultural” divide com seus leitores um trabalho realizado em nosso município e que faz parte do cenário nacional desta arte: 17ª edição do festival de dança da Academia “Chiara Rêgo”.
A academia “Chiara Rêgo” apresentou, em dezembro de 2009, mais um espetáculo de fim de ano: “O reinado de Mira Mirais”. Um clássico da literatura oral adaptado para a linguagem da dança. A professora Chiara Rêgo revivendo a estórias que fizeram parte de seu imaginário infantil, transformou em dança uma de suas aventuras prediletas, contada pelo seu pai, Fernando Rêgo (in memoriam), e que teve bastante significado para ela. “meu pai sempre foi bastante participativo, contava-nos muitas estórias”, comenta a bailarina e coreógrafa.

“O reinado de Mira Mirais” era a estória de que mais gostávamos. Havia vários episódios e, o da ‘Cabra-cabriola’ era o que nos causava mais expectativa, por ser uma estória de suspense. A ‘Cabra-cabriola’ era uma espécie de bruxa e sempre queria pegar a ‘Buzunguinha’, a mocinha da estória, que tinha uma ‘cachorrinha’. Então, sempre que aparecia cantava com uma voz tenebrosa: ‘Buzunguinha, Buzunguinha... mata a tua cachorrinha que hoje eu venho te visitar’... A Bunzuguinha assustada, respondia cantando: ‘Ela já rezou; já lavou os pés; já se agasalhou’... Ela [a Cabra-cabriola] ficava enfurecida.” Professora Chiara Rêgo narra com emoção revivendo a infância com o amado e saudoso pai. Hoje, ela conta as aventuras do “Reinado de Mira Mirais” aos filhos, Pedro e José Rêgo, que são fãs de carteirinha dos episódios e, prestigiaram o belíssimo espetáculo.

Na transposição para dança, a professora Chiara Rêgo fez algumas alterações. Localizou a estória num ambiente de clima frio, de neve o ano inteiro. “Apesar do frio, era um lugar lindo e muito alegre; seus habitantes gostavam de se divertir, e certa época do ano, pessoas do mundo inteiro iam visitar o reino. O castelo da família real era magnífico, belo. Lá moravam o rei Mira Mirais, seu filho, o príncipe Kaled, e suas oito irmãs, as princesas Mirais. O rei chamou seu filho, o príncipe Kaled, e disse que já estava na hora de casar-se, pois ele deveria dar continuidade ao reinado e, suas filhas ainda eram novas demais para casar. O príncipe compreendeu, pediu um tempo ao seu pai para que pudesse encontrar o amor de sua vida. O pai concordou”.


“O Rei, então, resolveu comemorar aquele momento com música e dança, pediu que seu filho e suas princesinhas dançassem para ele. Durante a festa são surpreendidos com a visita da ‘Fada do gelo’ que, com sua beleza e encanto, também quis participar da comemoração. Em seguida um músico da corte apresentou com uma dança, o grupo de violinistas da realeza; dançando e tocando animaram o palácio e a família real. Enquanto todos se divertiam, a fada do gelo convidou o príncipe para dar um passeio pelo reino. No meio do caminho uma surpresa: encontraram-se com uma bela moça chamada Buzunguinha, ela era de uma família nobre, e também amiga da fada. O príncipe encantou-se por Buzunguinha. A fada percebendo, deixa-os a sós. Eles apaixonaram-se. O príncipe, então, resolveu presenteá-la com uma cachorrinha encantada; este gesto deixou a moça muito feliz.” (Fragmentos do texto original).
 
Daí, com mais de cinquenta bailarinos, cenários e muita iluminação, desenrola-se a estória dançada, assinada pela professora Chiara Rêgo, coautoria com seu pai, a quem ela dedica esta montagem. Foram mais de seis meses de trabalho, incluindo: pesquisas, criação e confecção de figurinos, cenário, montagem de coreografias e muito ensaio... Quem prestigiou pode conferir o resultado desta montagem, desenvolvido pela Academia de Dança “Chiara Rêgo”. A professora Chiara divide os louros com os(as) alunos(as), pais, mães e responsáveis. Agradece, imensamente, a todos as empresas e pessoas que depositaram/depositam credibilidade neste trabalho, que a cada ano enaltece e alavanca ainda mais a cultura artística do município de Capanema. E, acima de tudo “[...] a Deus por todos estes anos de luta, sacrifícios e vitórias. Sua mão justa e poderosa está sempre ao meu lado”, declara agradecida.

(HADSON DE SOUSA)

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