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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

NA MODA, NADA SE CRIA, TUDO SE COPIA...


Coca-Cola (Andy Warhol)

A palavra moda, de um modo generalizado, reporta-se àquilo que cai no gosto das pessoas; algo que se populariza com facilidade, seja no modo de vestir, falar, pensar, comer, ouvir etc. Poderíamos agregar, também, o sentido de banalização. Todo mundo usa! Despreocupada com a assimetria monetária, a moda tem o poder de uniformizar e nivelar as classes sociais. Padronizar as pessoas... Não com a mesma obrigatoriedade, claro, que têm os labutadores de cada dia com o uso das veneráveis fardas – há casos que elas chegam a substituir as CI: carteiras de identidade... resquícios da era Vargas. Sem o seu trabalho o homem não tem honra? Moda ideológica que perdura até hoje... Quantos estão à margem desta tendência?

GOOGLE IMAGENS

(In)Conscientemente, somos hipnotizados por certas tendências, ditadas para cada momento. Dessa forma, “Penso, logo uso; logo visto; logo como; logo falo” – logo não penso. Caso contrário, “não existo”. Me dizes o que usas e te direi quem és – Pense... Concebemos estas tendências irrefletidamente e, chegamos ao ponto de cristalizá-las como testemunhas da história. Denunciarei, quiçá, minha época, tempo, como se diz, pelo uso de uma simples expressão: Ta jóia!!!! Porque, estar na moda é plagiar o que está em voga. Surgem, então, os famigerados clichês: “Sou brasileiro e não desisto nunca”. De quê? A bola da vez agora é ter consciência sustentável; nem que seja só para sustentar o discurso. Daí, muitos se vestem do que não lhes fica bem... Sempre imitando alheios. Atitudes degradantes.

GOOGLE IMAGENS

Em se tratando de moda, gosto não se discute? Decerto! Pode até não ser do meu gosto, todavia o dever me chama e não posso recear... Sou um barquinho de papel na enxurrada da moda. Deságuo, divago; dividido, endividado... Mas, por cima da moda... Mesmo estando submerso. A moda pode até ser subjetiva, contudo, desde Cabral, objetiva vestir. Quem não usa está despido, conquanto esteja vestido de si. Não percebemos a possibilidade de uma intersubjetividade: posso selecionar, optar e criar a minha tendência a partir do que me é imposto, com tanto imposto. Claro, às vezes, esta atitude custará caro. Ser anacrônico não é nada fácil. Serviremos de palhaço em certas ocasiões, noutras cobertos de excentricidade – heterogêneos, herméticos –, por não sermos mais um na multidão. Ou, só para contrariar, receberemos o ilusório rótulo: 100% ORIGINAL. Como, se somos simulacros: xerox da xerox? É, até para ter estilo é preciso autoplagiar-se...

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