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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

POR UMA POLÍTICA(GEM) DA IMAGEM


       Se não bastasse a poluição ambiental – falta de saneamento básico; consciência ecológica; local e coletores apropriados para se desfazer do LIXO – desde julho deste ano somos bombardeados, à queima roupa, por uma poluição sonora e visual. Ainda bem que o som se dilui no espaço, apesar de martelar em nossas mentes, às vezes – perturbação passageira. Mas a imagem, o deus da contemporaneidade, aprisiona nossa atenção (monotonia das alienadas retinas...): Rostos “límpidos”, expressões cândidas, sinceras, verdadeiras. Infelizmente, nem tudo que reluz é, verdadeiramente, ouro, coisa preciosa, pura, sabe?

       A imagem – ou melhor: falsa imagem, forjada em programa de computador – virou uma arma da política(gem), também. Os CANDIDATOS não respeitam, sequer, a lei instituída por um parlamentar, que tampouco respeita a ideia defendida por ele na câmara dos deputados em Brasília. A “LEI DO PHOTOSHOP”, do candidato Wladimir Costa (PMDB-PA), objetiva coibir o uso desenfreado deste programa que metaformoseia imagens. Destarte, as imagens lapidadas virtualmente, os “santinhos” que recebemos em nossas casas, deveriam conter a seguinte nota de rodapé: “ATENÇÃO: IMAGEM RETOCADA PARA ALTERAR A APARÊNCIA FÍSICA DA PESSOA RETRATADA.” Caso contrário as multas variam “... de R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais) a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), cobrada em dobro, em triplo e assim sucessivamente, na reincidência, aplicada conforme a capacidade econômica do infrator”. Valores irrisórios para os reincidentes dissimuladores CANDIDATOS. Portanto, somos enganados nas mídias e posteriormente na política(gem).





FICHA LIMPA: VINGANÇA ETIMOLÓGICA

      
       A Lei Complementar da “FICHA LIMPA” (135\010), que foi vilipendiada, pelo Supremo Tribunal Federal – STF e, não terá aplicação integral nesta eleição, intuía uma vingança etimológica do vocábulo CANDIDATO, rótulo utilizado, indevidamente, pelas pessoas que pleiteiam um cargo para funcionário do povo. Contudo, até o momento, está sendo usada como certificado de LIMPIDEZ – pelos CANDIDATOS que passaram no “tipiti” desta lei (os “fichas imundas” no caso) e, dos que ainda não se renderam, por falta de oportunidade, aos encantos do dinheiro público – na degladiação pelos “votadores”. Numa das transposições mais duais e irônicas, do latim para o português, “CANDIDUS – branco brilhante (e, por extensão, puro, sincero) – gerou o verbo CANDIDARE, ser branco como a neve, com seu particípio CANDIDATU, vestido de branco”.

       Na Roma antiga, o cidadão que concorria a um cargo público, diferente dessa política suja de hoje, fazia sua campanha vestido com um manto branco de lã, simbolizando sua CANDURA: PUREZA e HONRADEZ. Em português o termo CANDIDUS transformou-se em CÂNDIDO, que deu origem a CANDURA (CANDIDURA). Daí, CANDIDATU ficou CANDIDATO, despido e desprovido, clarividente, das acepções do latim. Que revés!!! Como apregoa a máxima “lulética”: “Estou convencido de que nunca na história desse país...” os candidatos, ou cândidos, despojaram-se tanto da toga branca dos romanos – alguns deles, quiçá, por não lhe servir de símbolo, algo representativo – chegando até a usar a própria feição irisada e “photoshopada” para ludibriar os “VOTADORES”. No dia 03 de outubro, cabe a nós tornar LÍMPIDO, branco, o nosso voto obrigatório (utopia), já que se votarmos tendo como parâmetro a pseudo-imagem dos nossos CÂNDIDOS, será difícil exercer a “democracia”...




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